3 research outputs found
Care-oriented occupations' devaluation and their relationship with profit and production
Dissertação de mestrado, Psicologia (Área de especialização em Cognição Social Aplicada), Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia, 2021Healthcare, Early Education and Domestic (HEED) occupations are less socially
valued than Science, Technology, Engineering and Mathematics (STEM) occupations.
Social psychologists have predominantly focused on HEED occupations being typically
female and communal, while STEM occupations are typically male and agentic. We
propose that the caring nature of HEED work itself may play a role in its devaluation.
With female liberation, this work migrated from the private sphere towards being
monetized, while not offering means of production on which modern society is based
on. Thus, we suggest that not conforming to profit and production norms may be at the
core of the devaluation of HEED occupations. Study 1 aimed at exploring whether the
care orientation of HEED occupations readily comes to people’s minds. In a free
association task, participants (N = 64) wrote 3 words related to each of 18 different
occupations in HEED, STEM, and filler fields. As expected, HEED occupations elicited
more care-related words than the other occupations. In Study 2, we manipulated how
the impact of a HEED or STEM occupation was described in a text: economic versus
well-being impact. After reading the text, participants (N = 143) rated several aspects of
the occupation (e.g., ideal income, perceived status, difficulty, professionals’ attributes).
Results replicated previous findings relating to occupational stereotypes and social
perception models. Contrary to our expectations, our manipulation did not lead to more
positive ratings or higher compensation. Our findings suggest that care labour may be
damaged by heightened perceptions of profit and that general communal orientations
benefit both communal workers and society at large. Future research could expand on
these findings through exploration of the agentic versus collective efforts in a similar
design and through furthering the social perception of communion, emotional
expression and emotional intelligence in the workplace.Ocupações de cuidados de saúde, educação primária e domésticas (designadas na
literatura como HEED, Block et al., 2019) são menos valorizadas socialmente do que
ocupações de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (comummente chamadas
STEM). A psicologia social focou-se predominantemente na caracterização de
ocupações HEED como tipicamente femininas e comunais, por oposição a ocupações
STEM, tipicamente masculinas e focadas no agente (Block et al., 2019; Croft et al.,
2015). Modelos de perceção social (e.g., Koch et al., 2021) identificaram como
dimensões fundamentais da perceção social a comunhão e a agência. Tendo em conta
que estas dimensões são características respetivamente de HEED e STEM, estes
modelos são fundamentais para entender as mecânicas subjacentes. Os grupos
percecionados como competentes são geralmente de estatuto social mais alto, mas são
percecionados como emocionalmente frios enquanto os grupos menos competentes
tendem a ser interpretados como mais comunais (Elemers & van den Bos, 2012;
Yzerbyt, 2018). Os trabalhadores nos campos HEED e STEM são afetados por estes
mecanismos nomeadamente porque as pessoas inferem mais das ocupações das pessoas
do que da sua raça ou género (Noyes et al., 2021). A disparidade de género tem
gradualmente sido reduzida na área STEM mas esta tendência não se verifica em HEED,
nomeadamente devido à maior presença feminina (Croft et al., 2015). A estagnação em
HEED também pode estar relacionada com os cuidados serem considerados uma
atividade essencialmente feminina (Cancian & Oliker, 2000). É difícil ultrapassar estas
barreiras quando socialmente a remuneração apropriada é associada a uma perda de
motivação intrínseca e os próprios trabalhadores sentem dificuldade em exigir melhor
remuneração uma vez que estão muitas vezes emocionalmente investidos nas pessoas
que cuidam (England & Folbre, 2003). O contexto histórico e cultural não incentiva à
mudança uma vez que a sociedade moderna está construída sob premissas de valor de
produção, por contraposto à reprodução e manutenção (Debord, 2012).
Propomos que a natureza do cuidado em si no trabalho de ocupações HEED tenha
um papel na sua desvalorização. Com a libertação feminina, este trabalho migrou da
esfera privada para uma posição capitalizável, sem capacidade de oferecer meios de
produção, nos quais a sociedade moderna se baseia. Desta forma, sugerimos que a
inconsistência relativa a normas de lucro e produção seja fulcral para a continuada
desvalorização de ocupações HEED.
O nosso primeiro estudo foi concebido com o intuito de explorar se a orientação para
os cuidados surgia prontamente associada a ocupações HEED. Numa tarefa de
associação livre, os participantes (N = 64) escreveram três palavras relacionadas com
cada uma de dezoito diferentes ocupações HEED, STEM e de uma terceira categoria de
profissões não enquadradas nem no campo HEED, nem no campo STEM. As profissões
HEED foram selecionadas tendo em conta os ratings de comunhão de Imhoff e
colaboradores (2018). As profissões STEM foram selecionadas tendo em conta os
ratings de orientação para a ciência e a terceira categoria (controlo) foi selecionada a
partir de profissões com ratings médios nas duas escalas anteriores. Como esperámos,
as ocupações HEED produziram mais palavras relacionadas com o cuidado do qualquer
uma das outras profissões. As ocupações HEED também produziram muito mais
palavras relacionadas com grupos sociais do que a categoria de controlo, apesar da
natureza social de parte delas. Adicionalmente, as ocupações HEED produziram muito
mais palavras relacionadas com traços de personalidade e imagem do que as ocupações
STEM. É possível que isto se deva a estereótipos menos marcados para trabalhadores de
STEM. Houve uma diferença considerável entre as funções e appraisals dentro da
categoria de controlo consoante o estatuto social – profissões de baixo-estatuto social
produziram mais avaliações externas e profissões de alto-estatuto social produziram
mais funções e papéis.
No segundo estudo, manipulámos a descrição do impacto de uma ocupação HEED e
de uma ocupação STEM na informação que os participantes (N = 143) leram. Foi pedido
aos participantes que imaginassem que esta informação tinha sido publicada num jornal
europeu de renome. Este impacto podia ser de natureza económica ou relativo ao bem-estar psicológico. Após a leitura do estímulo, os participantes avaliaram diferentes
aspetos da ocupação apresentada, nomeadamente o salário ideal, o prestígio associado, a
dificuldade e traços de personalidade dos profissionais. Os traços de personalidade em
questão foram adaptados a partir do estudo bottom-up de Imhoff e colaboradores
(2018). Também incluímos uma avaliação de valores de comunhão e de agência
(adaptada de Block et al., 2019) para avaliar a projeção da perceção da ocupação para o
estereótipo do profissional e para medir o impacto dos valores dos participantes. Os
resultados replicaram investigação anterior relacionada com estereótipos ocupacionais e
modelos de perceção social. A ocupação STEM foi consistentemente mais valorizada
em termos de remuneração, prestígio e competência, enquanto a ocupação HEED foi
consistentemente mais valorizada na maior parte das dimensões avaliadas, mas pior
avaliada na hierarquia social. As diferenças de género encontradas na nossa amostra
seguem a tendência oposta à previamente reportada na literatura (Block et al., 2019), na
medida em que homens e mulheres valorizaram igualmente agência e as mulheres
valorizaram consideravelmente mais comunhão. Houve algumas divergências das
expetativas de encaixe nos modelos de perceção social, em particular relativamente à
ocupação STEM, pelo que é possível que esta não fosse tão representativa como
desejável. Nomeadamente, foi avaliada como muito menos sociável, confiante e até
competente do que o esperado. Apesar disto, não afetou o seu prestígio ou qualquer
outro item de aprovação social. Podemos inferir que a sociabilidade não é
particularmente valorizada na hierarquia social, o que reflete a análise relativa ao
contexto cultural em que estamos inseridos. O mesmo se pode dizer das diferenças
relativas à comunhão. Contrariamente às nossas expectativas, a manipulação não
provocou avaliações mais positivas ou maior compensação monetária. No entanto,
apesar de os participantes serem da opinião que em geral os profissionais STEM
merecem mais do que os profissionais HEED, o aumento percentual foi muito maior
para HEED, em particular quando os participantes leram sobre o impacto psicológico de
uma ocupação STEM. Os nossos resultados sugerem que o trabalho do cuidado é
prejudicado ao salientar perceções de lucro. De forma geral, orientações de comunhão
beneficiam tanto os trabalhadores de ocupações HEED como a sociedade como um
todo. Estas orientações permitem uma melhor integração de informação contra
estereotípica (Olsson & Martiny, 2018).
É possível que a vantagem marginal que observámos se deve a primar a valorização
do bem-estar psicológico em si através da associação a uma profissão já valorizada. É
possível que a manipulação não tenha tido o efeito esperado porque o impacto
económico da profissão HEED foi interpretado como proveniente de um coletivo de
profissionais enquanto o impacto da profissão STEM foi provavelmente interpretado
como sendo produto de um só profissional.
Investigação futura pode expandir esta área através da exploração do mesmo design
experimental comparando o impacto de um agente versus um coletivo. Outra área de
possível extensão seria o aprofundamento do conhecimento da perceção social da
comunhão, expressão emocional e inteligência emocional no mundo do trabalho. Tendo
em conta a avaliação positiva de profissionais HEED que vimos, e a forte ligação à
emocionalidade, seria pertinente esclarecer se isto se trata de um estigma pela expressão
emocional ou uma valorização do controlo emocional ou inteligência emocional nas
áreas científicas. Discutimos ainda implicações para a área de investigação e para a
aplicação e ação afirmativa
Comprehensive and Integrated Genomic Characterization of Adult Soft Tissue Sarcomas
Sarcomas are a broad family of mesenchymal malignancies exhibiting remarkable histologic diversity. We describe the multi-platform molecular landscape of 206 adult soft tissue sarcomas representing 6 major types. Along with novel insights into the biology of individual sarcoma types, we report three overarching findings: (1) unlike most epithelial malignancies, these sarcomas (excepting synovial sarcoma) are characterized predominantly by copy-number changes, with low mutational loads and only a few genes (, , ) highly recurrently mutated across sarcoma types; (2) within sarcoma types, genomic and regulomic diversity of driver pathways defines molecular subtypes associated with patient outcome; and (3) the immune microenvironment, inferred from DNA methylation and mRNA profiles, associates with outcome and may inform clinical trials of immune checkpoint inhibitors. Overall, this large-scale analysis reveals previously unappreciated sarcoma-type-specific changes in copy number, methylation, RNA, and protein, providing insights into refining sarcoma therapy and relationships to other cancer types